Esvazie os perigosos pneus da barriga
Mais doenças estão sendo associadas à gordura abdominal. Fique bem longe delas.
Alguns problemas que a gordura abdominal
provoca, como aterosclerose, colesterol e triglicérides altos,
hipertensão arterial e até diabete tipo 2, já são velhos conhecidos da
população. Por isso, tem muita gente hoje em dia mais preocupada com a
medida da circunferência da barriga do que com o ponteiro da balança.
Com toda razão. “É uma gordura metabolicamente ativa, que produz
substâncias com alto poder inflamatório”, explica a nutricionista
Mariana Del Bosco, da Abeso, Associação Brasileira para o Estudo da
Obesidade e da Síndrome Metabólica.
E olha que poucos sabem que esse é apenas o
começo da lista de encrencas que a protuberância pode causar à saúde. O
rol de doenças ligadas à barriga sobressalente só aumenta. A
preocupação agora se volta também para o risco de câncer. Estudos
recentes mostram que a gordura concentrada no abdômen aumenta a
probabilidade de um tumor aparecer. Isso porque, nessa região, ela
fabrica doses elevadas de hormônios como estrogênio e testosterona, que,
em excesso na circulação, favorecem a chegada e a evolução do mal.
Aliado a isso, a substância que recheia a cintura avantajada provoca
inflamações pelo corpo. E isso pode modificar o DNA das células,
tornando-as malignas.
A memória também sofre quando o ponteiro
da balança dispara. É que, como a gordura em demasia acaba entupindo as
artérias, o fluxo de sangue, com oxigênio e nutrientes, até o cérebro
fica reduzido e os lapsos vão se tornando comuns. O volume extra na
barriga também é responsável pelo aparecimento de um problema articular
extremamente dolorido, a gota. Essa sobrecarga toda contribui para o
desenvolvimento da resistência à insulina, o hormônio que bota o açúcar
para dentro das células. Daí, um composto chamado de ácido úrico fica
sobrando no sangue. O tal do ácido pode se cristalizar nas articulações,
gerando um quadro extremamente doloroso.
Mas os suplícios articulares não param
aqui. Os portadores de artrite reumatoide que lutam para fechar o zíper
da calça são outras vítimas da gordura central, como preferem os
especialistas. Essa doença autoimune, responsável pela inflamação
constante das juntas, tem origem desconhecida. Mas é fato que os pneus
pioram bastante o quadro, por liberarem adipocinas, substâncias com alto
poder inflamatório.
O ideal, então, é ficar sempre de olho nas
medidas da cintura. Para os homens, 94 centímetros ou mais de
circunferência indicam que os perigos por trás da barriga têm maior
possibilidade de ocorrer. Acima de 102 centímetros, essa ameaça está
batendo à porta de seu proprietário. Para as mulheres, os valores são 80
e 88 centímetros, respectivamente.
Gordura abdominal: Fuja dessa roubada
O primeiro passo para se manter fora dessa zona perigosa é o famoso balanço energético, que nada mais é do que não ingerir mais calorias
do que se gasta. “Controlar bem o consumo de carboidratos refinados,
como o dos doces e do arroz branco, que têm digestão rápida, é uma das
estratégias que pode ser usada no controle dessa gordura“,
diz Mariana Del Bosco. Segundo ela, em contrapartida, é importante
aumentar a oferta de carboidratos e grãos integrais, que demoram mais
para serem processados pelo organismo. Isso turbina o gasto calórico. “É
bom também priorizar as proteínas magras, encontradas em aves e peixes,
e evitar exageros na gordura saturada, presente no leite integral e nos
cortes gordos da carne vermelha, porque ela estimula a produção de insulina“, recomenda.
E, óbvio, a atividade física
é imprescindível para escapar dessa engorda localizada. “O ponto
principal é gerar um débito energético para eliminar os depósitos de
gordura”, diz Carlos Klein, professor de educação física e personal
trainer de São Paulo. “Não adianta pensar que alguns abdominais todos os
dias vão queimar esse excesso. A gordura visceral é resultado do estilo
de vida de cada um. Atividade física e alimentação saudável são, juntas, o melhor jeito de acabar com ela”, afirma Klein.
Um estudo feito pelo fisiologista Cris
Slentz, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, mostra que o melhor
tipo de exercício para secar a barriga
é o aeróbico, como a corrida e a caminhada. O treino de resistência
muscular é ótimo para aumentar a força e ganhar músculos, mas pedalar,
por exemplo, é melhor porque torra mais calorias. Carlos Klein atesta
esse resultado: “Com os exercícios cardiovasculares, a gordura vai ser
consumida como um todo”, conclui.
Créditos: Marcia Melsohn.
Fonte: [Emagrece, Brasil]
0 comentários:
Postar um comentário