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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Intel e ARM já se preparam para invadirem o mercado uma da outra

armintel
As trincheiras já estão cavadas entre as fronteiras, e as tropas já até foram posicionadas. Só falta mesmo qualquer grito de guerra pro avanço começar: duas empresas que há pouco tempo nem entravam em suas listas de ameaças, hoje já estão frente a frente para uma invadir o mercado da outra. De um lado a Intel, a chipzilla dona e fabricante dos processadores poderosos, que reina no mundo dos PCs e dos Macs. Do outro lado a ARM, que licencia sua tecnologia para inúmeros fabricantes, e reina absoluta no mundo dos tablets e smartphones. Dois dos mercados mais quentes do momento, e que irão vivenciar a invasão das duas gigantes no mercado da outra.

Os processadores da Intel são de alta performance, os Core i3/i5/i7, excelentes para nossos laptops fazerem de tudo – desde YouTube até conversão de vídeos. E para isso o Windows (ou Mac OS, estou falando de um OS completo) é perfeito para essa plataforma, pois você tem uma máquina versátil e que dura relativamente na bateria (vamos colocar aí uma média de 3 a 4 horas?). Quando veio o conceito de netbook, a Intel tirou boa parte da performance do processador (Atom), pois para o consumidor do netbook não precisa de tanto. Porém o erro é colocar o mesmo OS – Windows – o que deixa o computador super lento. Não bastasse isso, para os tablets a Intel tirou mais performance ainda para consumir menos bateria (Atom Z) – aí você já viu pra onde vai a experiência do usuário (leia: desastre). O processador tem suportar Windows (que engole bateria), mas tem que ser fraco para consumir menos: parece o trailer da Copa de 2010 – o dia que o Brasil estivesse atrás, não ia ter Ganso ou Neymar para virar o jogo – já tava escrito.
A Intel namora há muito tempo o mercado de telefones e devices portáteis. Mas por ela maquear seu Atom Z para tablets isso nunca deu certo, e ainda duvido que vai dar tão em breve. Sua jogada certa agora é outra: a Intel falou publicamente que “adoraria” criar chips customizados para as fabricantes, usando sua tecnologia como base. Por exemplo: a Apple quer colocar um chip Intel no iPhone, mas hoje não tem nenhum que é bem otimizado pra performance ou bateria do coitado. A Intel licenciaria sua tecnologia, a Apple mexia em tudo, otimizava o iOS pra ele e devolvida pra Intel produzir na fábrica. Nada mal? Nada mal… Uma jogada parecida com a da ARM, mas que manteria o processo produtivo – uma expertise monstra da Intel – tudo dentro de casa. Basta saber mesmo é se a tecnologia da Intel é capaz de concorrer com a ARM no mercado de smartphone/tablets, onde o consumo de energia do processador é baixíssimo – a Intel nunca chegou lá (pelos menos publicamente). Tá certo que ela já percebeu que tem que ter uma estratégia mais otimizada, mas ainda tá longe do nível da ARM. Mas a ARM está de olho: levou a sério as declarações da Intel e disse estar pronta pra briga.
Já do lado da ARM nem é namoro, mas aparece como uma bela oportunidade. A ARM não fabrica processadores, apenas a tecnologia. De fato são arquitetos: desenham tudo e dão para os engenheiros construírem. Dessa forma, empresas como Texas Instrument, Qualcomm, NVIDIA e até Samsung pegam a tecnologia, desenham e criam produtos com ela, e daí vendem para as fabricantes. São os casos dos processadores OMAP (Motorola Droid), Snapdragon (HTC Desire), Tegra 2 (Sony Tablet) e Hummingbird (Galaxy S), respectivamente. Por consumirem baixíssima energia, eles são ideais para celulares e tablets, que possuem baterias menores. Só que nos últimos anos, a performance da arquitetura ARM evoluiu drasticamente, e agora é a fonte de performance dos superphones e tablets. Eles já são dual-core e passam da barreira do 1GHz. Mas como ainda consomem bem menos energia, eles começam a ser especulados para tomar o lugar dos Core da Intel – e porque não? Se um dia (falo um dia, porque ainda não estão lá) eles chegaram na performance de um Core i3, por exemplo, consumindo 10x menos bateria, aí temos revolução no mundo Windows/Mac. Tanto é que a Microsoft já disse que terá suporte para ARM na próxima versão do Windows e tem rumores de Macs rodando sobre o A5 da Apple, que também é baseado em ARM.
Talvez para aquele mercado ali dos netbooks e ULVs, mais básicos, o ARM já dá um aperto na Intel. Essa pode ser a grande porta de entrada para eles. Mas para os processadores “normais”, todos poderosos, a ARM ainda tem que evoluir muito sem perder seu consumo de bateria. Porém acho que ela está muito mais perto do que a Intel está para chegar aos níveis da ARM. Tanto é que a primeira guerra já começou: Chrome OS. Os dois primeiros laptops são com Atom, mas porque a Google ainda está terminando o suporte para ARM. Você reparou que só Acer e Samsung entrarem nesse barco? Onde estão HP, Asus, Sony, Toshiba, todos grandes players de netbook? Há. Se eu tivesse que apostar, estão terminando seus Chromebooks – com Tegra 2.
GulaDigital

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