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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Como vai a sua rede social?

Não sou socióloga e tão pouco psicóloga, mas me interesso e leio muito sobre o comportamento das pessoas e as variações que sofremos ao longo dos anos. E nestas leituras encontrei a revista “Mente e Cérebro” com a matéria “Contágio Social”, de Nikolas Westerhoff, nada a ver com internet, com ações incríveis e novidades tecnológicas. Nada a ver? Se você acha que relacionamento digital é uma análise de vários números de últimas pesquisas e suposições suas sobre o que o cliente quer ou vai querer, talvez não vá gostar deste post.
Pra começar: qual a diferença de redes e mídias sociais? A Sabrina Almeida já falou aqui. E partindo disso, você não vai ficar surpreso ao saber que durante todo o texto o autor fala em redes sociais sem nem tocar na palavra internet. Lógico. Redes sociais existem desde sempre!
Alguns pontos que achei interessante compartilhar com vocês e que dispensam muitas explicações:
  • Um estudo de Christalkis Fowler demonstrou que se um amigo que mora nas redondezas sente-se solitário, nossos próprios dias solitários aumentam. Por incrível que pareça, o sentimento de solidão é transmitido mesmo entre conhecidos sem ligação: se o vizinho se sente assim durante 10 dias no ano, acrescentam-se dois dias do outro lado da cerca.
  • Os pesquisadores estão convencidos de que, em redes sociais, os sentimentos e preferências se espalham segundo uma regularidade matemática.
  • O conceito de “rede”: as interligações que nos unem muitas vezes são insuspeitas e nos afetam por canais perceptivos que escapam à consciência. Um exemplo simples? Ver cada vez mais pessoas usando matizes de roxo na rua, por exemplo, pode levar alguém a escolher uma peça de roupa dessa cor numa loja, sem notar que está sofrendo essa influência.
  • Análises demonstraram, também, quão eficiente é o contágio: a felicidade de quem estava em contato direto com uma pessoa feliz aumentava, em média, 15%!
  • Quem conhecia apenas o amigo de uma pessoa feliz tinha um proveito de cerca de 10%.
  • Mas será que elas (redes sociais) também influenciam nossas decisões? Apesar de quase sempre nos propormos a agir de forma autônoma, frequentemente assumimos o ponto de vista daqueles que estão próximos.
  • “Quando as pessoas podem fazer o que querem, em geral imitam as outras”, filósofo americano Eric Hoffer. Segundo ele, a nossa espécie tem preferência pela sincronização.
  • Hoje, inúmeros estudos comprovam que o isolamento social representa um risco à saúde. O psicólogo Sheldon Cohen descobriu que tanto homens quanto mulheres que mantêm relacionamentos com grupos variados sofrem mais raramente de gripes ou resfriados.
  • Redes sociais não são o remédio universal contra doença e dores. A pesquisadora Beate Ditzen fez um estudo com pessoas com AIDS que apresentou uma associação negativa. “Quanto maior a rede de relacionamentos, piores eram os números relativos ao sistema imunológico dos afetados”.
Quando se pensa em ações digitais falamos de ações que vão envolver pessoas que tem interesse, ou não, na marca. Pessoas essas que são, muitas vezes, de realidades diferentes das nossas. Então como você vai desenvolver um planejamento inteiro sem descobrir o que elas pensam, gostam, fazem?
A matéria diz que as redes sociais influenciam as pessoas, e muito. Envolvem, mudam a forma de pensar. As redes sociais tem o poder! Seja por pesquisas que indiquem por A+B ou no nosso próprio dia a dia isso só é encontrado e percebido se formos analisar a fundo, acompanhando essas pessoas e principalmente quem rodeia elas.
E muito mais que isso, a leitura permite uma reflexão pontual sobre a convivência em sociedade. Mas e no meio digital, os mesmos pontos relevados aqui no post vale também? Se um seguidor nosso fica triste iremos ficar também? É possível levar ao pé da letra para outro segmento. Sem respostas, apenas questionamentos que podem ser debatidos nos comentários.
E se vale o velho ditado: diga-me quem segues e te direi quem és, certo?
Para saber mais (indicações da revista):
  • O poder das conexões – A importância do networking e como ele molda nossas vidas. Nicolas A. Christakis e James H. Fowler. Elsevier, 2009.
Coletivo Mídia Boom

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